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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

ESPECIALIZAÇÃO PRECOCE E ASCENSÃO À FAMA

Quando o filho de alguém que gosta de futebol é muito pequeno, na faixa etária dos 3 anos, e começa a chutar uma bola, comentários do tipo: “Esse vai ser jogador”, são muito frequentes. Aos 5 anos ele já pode ingressar em alguma escolinha, essa que deve ter como objetivo exclusivo a ludicidade e não a competição.
Equipes profissionais de grande porte como Grêmio e Inter, já possuem em suas categorias base, equipes sub 9, ou seja, o time deve ser formado por “jogadores” com menos de 9 anos. Crianças dessa idade são expostas ao treinamento diário e por mais que se procure objetivar o caráter lúdico nos treinos, há competição e em algum momento do ano terá um grenal, por exemplo.
Em muitos casos o garoto está ali, não tanto por seu interesse, mas por vontade do seu pai que provavelmente tentou seguir a carreira profissional de jogador e agora quer ver no seu filho o sucesso que ele não conseguiu. Isso é totalmente errado? Claro que não, mas há limites. O que acontece é uma pressão demasiada no filho para que se torne jogador de futebol sem o esclarecimento de alguns pontos.
A porcentagem de meninos que estão em escolinhas e clubes, que conseguem chegar ao profissional é mínima e caso o filho não esteja ciente dessa situação, um fracasso pode prejudicar o crescimento e o desenvolvimento da criança.
Dessa porcentagem ainda temos os clubes de pequeno porte, equipes do interior que disputam a série B do Campeonato Gaúcho, por exemplo. Jogadores novos que conseguem um lugar nesses times, dificilmente ganharão mais do que 600 ou 700 reais e muitas vezes não receberão em dia.
Frequentemente, atletas com menos de 17 anos que já fazem parte de uma equipe profissional, abandonam os estudos devido ao cansaço, à rotina de treinamentos e a outros fatores, sem terem terminado o ensino médio ou ainda o ensino fundamental. Esse grande erro pode acabar em frustração.
Sabemos que a carreira de jogador é muito curta e ao final, o que será da vida do “ex-jogador” que passou a carreira toda sem conseguir juntar algum dinheiro e também não possui nem o ensino fundamental?
Outro ponto é a ascensão muito rápida à fama, jogadores da dupla grenal que ganhavam cerca de 800 reais, renovaram seus contratos e passaram a receber mais de 50 mil mensais. Temos exemplos conhecidos e distintos como jogador Lucas, ex-Grêmio e Walter ex-Inter, o primeiro com uma estrutura familiar bem desenvolvida e com um bom suporte, soube lidar com essa mudança repentina em sua vida e consegue lidar com a fama. Já o segundo vem de uma família desestruturada, sem apoio acaba tendo atitudes erradas e impensadas e em alguns momentos colocou sua carreira, com um futuro promissor, em risco.
Enfim, a família é a base para que a criança comece a praticar esportes, tenha o sonho de ser jogador (caso seja o desejo dela e não apenas de seus pais), cresça sabendo dos riscos do futebol e chegue ao sucesso com um preparo psicológico para suportar a pressão da fama.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

FUTEBOL E PAIXÃO

Deixo um pouco de lado assuntos de bastidores, detalhes, etc, pra falar da paixão que envolve o esporte, principalmente o futebol. Sentimento este regido pelo amor que cada torcedor sente pelo seu clube.
Gostaria de falar especialmente sobre o Internacional (talvez com alguma imparcialidade) e o momento de glória que esta entidade vive. Gostaria também, que você que não é torcedor desse time apreciasse esse texto imaginado o seu clube de preferência.
Cresci vendo o time que meu pai escolheu pra eu torcer (porque é assim que acontece na maioria dos casos) se arrastando pelas tabelas. Título do Campeonato Gaúcho era intensamente comemorado, pois se tratava do único título que o Inter estava sempre próximo de ganhar. Campeonato Brasileiro era um grande sonho uma vez que, classificavam-se 8 e estar entre esses já era um grande feito para um clube como o Internacional era. Copa do Brasil sempre acabava na 2 ª ou 3ª fase. Libertadores um sonho distante, cresci sonhando em ver meu time pelo menos disputar a competição. Mundial parecia um título que seria eternamente o trunfo do rival, não havia a menor possibilidade de estar lá ou ainda vencer.
Até que certo dia um novo presidente (na época em que se parecia que a “cartolagem” não era tão importante) apareceu dizendo o seguinte: “- Em poucos anos o Internacional vai virar um clube grande e vai conquistar os campeonatos mais importantes.” (Fernando Carvalho).
A partir de 2005 o clube começou a despontar nas competições. Em 2006 veio a tão sonhada disputa da Libertadores e o título tão desejado pela nação colorada que esperou todos esses anos por uma conquista continental. No mesmo ano a maior superação vencendo o Barcelona e fazendo jus ao nome virou um clube internacional, conseguindo o título Mundial que poucos anos antes era algo inimaginável.
Para conseguir tal êxito nos últimos 5 ou 6 anos, o clube passou por uma reformulação em todos os setores, incluindo a política do clube que, a partir da paixão demonstrada pelo torcedor colorado começou a seguir a seguinte linha de raciocínio: podemos contratar excelentes jogadores, independente do salário, que o torcedor, com sua contribuição, irá “pagar”. Claro que não podemos deixar de lado detalhes como a estrutura de trabalho oferecida pelo clube aos profissionais e o grande potencial das categorias de base do clube.
Enfim, o Internacional finalmente virou clube grande, faz times que entram em competições pensando no título e não apenas pra cumprir tabela.
O sucesso do clube se deve também a grande paixão dos torcedores, que fazem da camisa vermelha a segunda pele, lotando o Beira-Rio sempre que preciso.
É chegada a hora de mais um desses momentos. Apenas 4 anos depois o Inter está novamente numa final de Libertadores. Com o segundo jogo em casa e a vitória fora no primeiro jogo, o Bicampeonato é eminente. E ainda já está em mais um Mundial.
Torna-se difícil descrever em palavras os sentimentos que tomam conta da nação colorada nesse momento. Só quem já viveu esse tipo de situação pode saber como a euforia se sobressai, como a emoção passa por cima da razão levando o espectador, o torcedor, o sócio, o “dono” do clube ao desatino.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

EIXO RIO-SÃO PAULO

Acabou a Copa, voltamos ao Campeonato Brasileiro.
Campeonato este que dificilmente escapa do estado de São Paulo ou do Rio de Janeiro. Os motivos são muitos e serão citados a seguir, mas o fato é que com extinção do “mata-mata” (falo na competição e não na vida real) equipes que já foram campeãs como Inter, Grêmio, Cruzeiro, Atlético-PR, Atlético-MG, dificilmente voltarão a conquistar o título ou repetir a façanha do Cruzeiro em 2003 que com imensa superioridade levou o caneco por ponto corridos.
As equipes de São Paulo esse ano contam com 6 representantes e o Rio de Janeiro mais 4, ou seja, o tempo gasto com viagens destes clubes é muito menor do que as equipes gaúchas, por exemplo, já que a maioria dos jogos acontecem perto da sua cidade.
Do ponto de vista dos paulistas, ainda temos 2 clubes vizinhos em MG e mais 1 no PR. Sem contar que as outras viagens são curtas (com exceção do Ceará).
O desgaste das equipes descentralizadas, entre os jogos do fim de semana e do meio da semana é maior, prejudicando o rendimento na reta final do Brasileirão. Ainda há o Ceará esse ano que fica lá na “Europa” se olharmos do ponto de vista do Rio Grande do Sul.
Os times aqui do Sul, ainda sofrem com o clima. Muitos dos seus jogos em casa são realizados com chuva, prejudicando a equipe, pois teoricamente o time que joga em casa possui vantagem e prejudicando a torcida no apoio ao seu time.
Convém para as instituições responsáveis pelo esporte que um time de massa vença, como aconteceu nos últimos 5 anos (São Paulo, Corinthians, Flamengo). A empresa dona dos direitos de transmissão pagou para ter o direito entre 2005 e 2008, 300 milhões de dólares e ano passado foi renovado até 2011 por nada menos que R$ 1,4 bilhões. Por isso e outros motivos faz diferença que as equipes que possuem maior torcida a favor e contra (rivais) estejam no topo para render audiência na transmissão dos jogos e consequentemente renderem lucros a esta empresa.
Algumas escalações de árbitros em jogos específicos e também alguns erros de arbitragem já foram colocados à prova. Erros esses, que teriam o intuito de favorecer os clubes de SP e do RJ.
Um dado que dá suporte para o desenvolvimento desse texto é que, se separarmos por regiões, o Sudeste aparece com 31 títulos, o Sul com 7 títulos e Nordeste com 2 títulos. Após a mudança para “pontos corridos” temos 100 % dos títulos no sudeste.
Enfim, os fatos direcionam para mais um título paulista ou carioca. Mineiros e gaúchos apenas “correm por fora”. Claro que surpresas existem e é isso que faz o futebol tão apaixonante.